Testemunho do Diogo
(Um jovem de 17 anos...)
Hoje tive das melhores sensações da minha vida. É certo que eu morri de nervosismo na viagem até lá!
(Um jovem de 17 anos...)
Hoje tive das melhores sensações da minha vida. É certo que eu morri de nervosismo na viagem até lá!
Não sabia o que me esperava.
Tinha uma mínima ideia do que me reservava, mas nunca pensei que fosse tão
extraordinário. Valeu as horas de viagem! Valeu tudo só para os verem felizes.
Só para ver um mero sorriso sincero que esboçava na cara de cada um deles, é
fantástico! É uma vitória, é como se tivesse uma missão de um dia (de vários
que terei) e essa mesma missão fosse cumprida!
Cada gesto, cada abraço,
cada sorriso, cada desabafo, cada história, cada memória, cada brincadeira,
cada beijo, cada aperto de mão, cada conversa, cada vídeo, cada foto, cada
descoberta, cada confiança, cada visita, cada carinho, cada mimo, cada
maravilha, cada palavra, cada ensino, cada aprendizagem, cada amizade criada.
Tudo ficará recordado e será sempre lembrado com saudade no meu coração. É
verdade que isto nunca mais acabará! Eles são como se ficassem a ser uma
família. Uma família pela qual necessita do apoio de muita gente, necessita da
atenção de muita gente, necessita apenas de um olhar, de um ouvido para
escutar, de um toque para se maravilhar.
Eles sim, são um exemplo
para a comunidade cruel deste país, deste mundo que só os querem no abandono e
no esquecimento! Eles sim, ensinam o que é a vida. Ensinam o que é a amar.
Ensinam o que é respeitar. Ensinam o que é dar valor a coisas mínimas, e coisas
tão grandes (tal como é a vida). A sermos felizes e aceitarmos a nossa vida
como ela é. Do que é que adianta sofrer porque a nossa vida é isto ou aquilo?
Não vale a pena! Há pessoas bem piores que nós a passarem por coisas bem
horríveis. Aprendi a olhar para a minha vida de maneira diferente. Começar a
valorizá-la mais! Porque, ao menos, posso agradecer por ter saúde e ter possibilidade
de ter uma vida perfeitamente normal (não quero dizer que a vida deles seja
anormal). Visto que eles nem isso podem viver...
Admiro imenso a coragem de
cada um deles. Eu pergunto-me: “Como é que é possível alguém viver nas
condições que vivem?”. Aquilo não é lugar nenhum para se ter pessoas como estas
que vi! Mas lá está, aquele sítio passa a ser a casa de muitos doentes que por
lá passam e que muitos… por lá ficam! Eles do tão pouco que têm, fazem muito!
Felizmente, tive a
oportunidade de já ter ajudado dois leprosos a chegarem ao sítio que
pretendiam. A primeira foi a maravilhosa senhora Emília Estrada, que estava na
sua cadeira de rodas e eu fiz questão de lhe levar ao refeitório. E o segundo
foi o senhor Fernando Silva que uma jóia de senhor, canta que é uma maravilha
de se ouvir, e como é cego e dei-lhe o meu apoio, o meu braço e levei-o ao
refeitório também! Foi deslumbrante ver o sorriso na cara deles. É uma sensação
tão boa mas tão contagiante que nos fica um sorriso na cara também e é inevitável
arranca-lo.
Conheci a história de cada
um, tive a oportunidade disso também e foi como um abrir de olhos! Aprende-se
muito na companhia daqueles doentes que tanto precisam das pessoas para lhes
alegrar a vida! Sinto que fiz o que tava ao meu alcance. Fui eu mesmo e tive as
melhores palavras que alguém me podia ter dito. Eles recebem sempre da melhor
maneira possível, fui tão bem recebido mas tão bem recebido que até custou vir
embora. Aquela gente precisa imenso de carinho, mimo, atenção… tudo o que um
ser-humano precisa para se sentir amado e sentir-se acima de tudo, um
SER-HUMANO como todos os outros. Porque não é a lepra que os faz inferiores de
ninguém, pelo contrário… Eles são é superiores pela maneira de estar, pela
maneira de pensar, pela maneira de viver, pela maneira de enfrentar a
realidade, pela maneira de falar. São todos um exemplo para mim! Cada um com o
seu valor! Por exemplo, identifiquei-me com o senhor António Costa, que tanto
desabafou da sua vida e que cheguei à conclusão de o compreender por certos
motivos que também passei e passo como ele e não só adorei a dona Emília
Estrada mas também reparei que ela é tão parecida com a minha falecida avó, foi
intenso o momento que passei com ela! Tudo nela assemelha-se com parecenças com
a minha querida e eterna avó. Olhei-lhe com uns olhos diferentes, provavelmente
mais especial do que os outros… Apesar de esta gente ser muito especial e eu
nunca me quererei abandonar deles. Para lhes fazerem felizes? Eu estarei aqui
para isso mesmo!
O mais importante na nossa
vida também é a felicidade dos outros e nada melhor do que prestar um bocado de
mim para lhes proporcionar bons momentos e lhes fazer sentirem contentes,
alegres! Porque o melhor da vida é saber que a quem nos são tanto nós fazemos
felizes! Tal como Raoul Follereau diz: “SER FELIZ É FAZER FELIZ.” E isso eu
nunca poderei negar que aqueles doentes são das melhores companhia que eu
alguma vez pude ter em toda a minha vida!
Acredito que 18-08-2013 vai
ficar guardo no meu coração como um dos melhores dias da minha vida. Porque sei
que fiz a minha obrigação, cumpri com o meu dever como cidadão deste mundo e
fico felicíssimo só de saber que eles gostaram tanto da minha presença, visto
que é o que eles mais precisam! Agradeço imenso ao Carlos que tão bem me fez
companhia e me apresentou aos seus doentes e tão bem faz o que faz de melhor,
AMAR! É incrível como num simples “Olá!”, os doentes reconhecem logo que é o
Carlos que ali está.
Senhor António, Dona Amélia,
Dona Emília, Dona Ana, Dona Alzira, Senhor Abel, Senhor Manuel e o Senhor
Fernando marcaram-me pela positiva e marcaram o seu lugar no meu coração e
agora… Ninguém pode duvidar disso, tal como eu que nunca esquecerei das
palavras, dos sorrisos e de tudo o que me proporcionaram. Só tenho de lhes
agradecer por me terem feito mudar, por me terem feito crescer ais um pouco e
pensar que a vida não é para ser desperdiçada mas sim para ser aproveitar que
temos saúde e corpo para curti-la. Este foi o primeiro dia que fui lá ao
Hospital, mas com certeza absoluta… Não será o último a ir lá! Por alguma razão
é que disse a todos os doentes que não se iriam ver livres de mim tão cedo… Se
eles precisam de gente, porque não estar lá para dar uma mão? Porque não dar um
sorriso? Qualquer coisa por eles! Pela felicidade deles J
UM DOS MELHORES DIAS DA
MINHA VIDA, IMPOSSÍVEL ESQUECER ESTES MEUS NOVOS AMIGOS QUE ME SÃO TÃO
ESPECIAIS!
Diogo Nogueira
S. Pedro Fins (Maia)
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